Dentre as proteções que os nossos meninos orecisam, está a vacina contra o papilomavírus humano (HPV). Esse vírus é o principal causador do câncer de colo de útero, mas também pode levar a tumores de vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.
Esse vírus é sexualmente transmissível e a maioria das pessoas vai ter contato com ele em algum momento da vida, mesmo que não desenvolva a doença. Um dos principais sintomas da infecção são as verrugas.
Mesmo que a pessoa não manifeste o HPV, é possível que esse vírus fique “incubado” por muitos anos, circulando no organismo. Dali a muito tempo, podem aparecer os tumores.
A boa notícia é que existe vacina contra o HPV. São duas aprovadas Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que estão comercialmente disponíveis: a vacina quadrivalente, da empresa Merck Sharp & Dohme (nome comercial Gardasil), que confere proteção contra HPV 6, 11, 16 e 18; e a vacina bivalente, da empresa GlaxoSmithKline (nome comercial Cervarix), que confere proteção contra HPV 16 e 18.
A que a gente mais recomenda é a quadrivalente, por ter uma proteção mais ampla. Ela pode ser aplicada em meninos e rapazes de 9 a 26 anos. Quanto mais cedo o esquema começar, melhor, pois o rapaz passará mais tempo protegido, com menos risco de se infectar e contaminar outras pessoas. O ideal é que as doses (duas ou três, dependendo da idade) sejam administradas antes do início da vida sexual, mas em qualquer momento o imunizante trará benefícios. Importante lembrar que a vacina protege contra os tipos de HPV que mais causam câncer, mas não contra os outros nem contra outras infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia, hepatites e Aids, por isso o uso do preservativo é sempre indispensável.
Muitos pais ficam inseguros quando se trata de vacinar os filhos e filhas contra o HPV. Muita desinformação circulou sobre esse imunizante e há quem pense que essa proteção vai iniciar o início da vida sexual do adolescente ou jovem. Mas a verdade é que essa vacina é muito segura tanto para eles quanto para elas e que em nada interfere no comportamento de quem recebe.
Pensando que a proteção só traz coisas boas, viemos te falar sobre CINCO MOTIVOS PARA VACINAR SEU FILHO CONTRA O HPV. Vamos lá:
1 – Os homens também têm cânceres provocados pelo HPV.
Pesquisas já comprovaram, inclusive, que o vírus está associado ao câncer de próstata. Mais de quatro a cada dez casos de câncer provocado pelo papilomavírus humano são em homens – engana-se quem pensa que a prevalência entre eles é muito menor que entre as mulheres.
2 – Existe mais câncer de cabeça e pescoço do que de colo de útero nos Estados Unidos
O câncer de colo de útero mata milhares de mulheres todos os anos no Brasil, mas de acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, no país norte-americano existem mais casos de câncer de cabeça e pescoço, que são mais comuns nos homens, do que câncer de colo de útero. A maioria desses tumores de cabeça e pescoço é provocada pelo HPV.
3 – Os homens não fazem rastreio
Periodicamente, as mulheres devem passar por um exame de papanicolau, que detecta câncer de colo de útero. Isso possibilita um diagnóstico precoce, facilitando o tratamento e aumentando as chances de cura. Já para os homens, não há rastreio. Muitas vezes, quando eles percebem que algo está errado, o tumor já está grande, o que dificulta o tratamento e pode piorar o prognóstico. O tratamento pode envolver, por exemplo, cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
4 – As chances de desenvolver câncer relacionado ao HPV aumentam com a idade
Como a expectativa de vida de toda a população, inclusive a dos homens, está aumentando (o que é maravilhoso), isso dá mais tempo para o HPV fazer surgir tumores relacionados a ele.
5 – A vacina é segura
Como já dissemos ali em cima, a vacina é segura e não tem capacidade de causar a doença. Foram anos de estudo até que o imunizante fosse aprovado para prevenir cânceres em mulheres em 2006 e três anos depois nos homens. Desde então, mais de 100 milhões de doses do imunizante foram aplicadas. Os efeitos colaterais passam logo, são perfeitamente suportáveis e comuns a qualquer vacina, como dor no local da aplicação, vermelhidão onde a injeção foi dada, mal estar e febre.
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