A palavra “câncer” sempre assusta, apesar dos avanços que acompanhamos diariamente nos tratamentos, que, graças à ciência, têm se tornado menos invasivos e trazido menos efeitos colaterais. Mas tão importante quanto tratar quando ele aparece é fazer a nossa parte e prevenir quando possível.
Janeiro é o mês que leva a cor verde, de conscientização sobre o câncer de colo de útero, também chamado de cervical. O Brasil, comparado ao resto do mundo, tem uma alta incidência dessa doença, que é o segundo tipo de tumor mais comum entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama. Na nossa realidade, a vacinação contra quem provoca esse problema é fundamental.
O que causa esse câncer?
O câncer de colo de útero é causado por um vírus chamado papilomavírus humano, sexualmente transmissível. Ele é muito comum e a maioria das pessoas vai ter contato com um de seus tipos ao longo da vida, ainda que não saiba.
Além do câncer de colo de útero, ele leva a outros tipos de tumores, como o de vulva, pênis, ânus e boca. De acordo com um estudo publicado pela revista científica Lancet Oncology, em 2012, esse vírus estava relacionado a 12,7 milhões de novos casos de câncer em homens e mulheres reportados em todo o mundo.
O HPV tem dezenas – talvez até centenas – de tipos, alguns mais perigosos do que outros. Seus sintomas podem demorar meses ou anos para aparecer. Ele causa verrugas na região genital e anal e outras lesões só detectadas por exames, ou seja, só indo ao médico para saber. E são essas lesões que a paciente não consegue ver sozinha que levam aos tumores de útero.
Às vezes, o corpo consegue eliminar o HPV sozinho, sem manifestar nenhuma doença, mas quando ele fica no organismo os problemas são imensos. Esse vírus, somente em 2019, foi o responsável pela morte de 6.596 mulheres no Brasil, de acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer.
No início, o câncer de colo de útero não manifesta sintomas. Em fases mais avançadas, eles podem ser sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
Dá para prevenir?
Sim. Além do preservativo, que deve ser usado em todas as relações sexuais, existe vacina contra o HPV. A vacina bivalente protege contra os tipos 16 e 18 do vírus. Já o imunizante HPV4 protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18, alguns dos mais cancerígenos e que podem levar a mais condilomas (verrugas). Sempre que possível, a quadrivalente deve ser a opção, pois ela protege mais.
A vacina é inativada, portanto não tem a capacidade de causar a doença, sendo indicada inclusive para pessoas que têm imunodeficiência, como quem vive com HIV e transplantados.
Quem pode tomar?
A vacina é licenciada para meninas e mulheres de 9 a 45 anos e para meninos e homens de 9 a 26 anos. O esquema vacinal é composto por duas ou três doses, dependendo da idade de início da vacinação.
– Para meninas e meninos de 9 a 14 anos, 11 meses e 29 dias são indicadas duas doses, com intervalo de seis meses entre elas;
– A partir dos 15 anos, são três doses: a segunda deve ser tomada de um a dois meses após a primeira e a terceira deve ser aplicada seis meses após a primeira dose;
– Independentemente da idade, pessoas imunodeprimidas por doença ou tratamento devem receber três doses: a segunda de um a dois meses após a primeira e a terceira seis meses após a primeira.
Quanto antes o esquema iniciar, melhor, para garantir mais proteção. De preferência, ele deve ser feito antes do início da vida sexual. Mas se for depois, também não há problema, pois a vacinação beneficia a todos.
A vacina é benéfica para todos, inclusive para quem já teve contato com HPV, mas ela não serve como tratamento. Para isso, é importante seguir sempre a recomendação do médico, que deve ser visitado pelas mulheres com frequência, para realização do exame citopatológico (papanicolau), dentre outros exames.
A vacina faz mal?
NÃO! Muita desinformação circulou sobre a vacina do HPV, como que ela tem efeitos colaterais graves e até que poderia influenciar no início da vida sexual dos adolescentes, mas nada disso é verdade. A única contraindicação da vacina é para gestantes e pessoas que tenham alergia a algum dos componentes de sua fórmula.
Os efeitos colaterais são aqueles esperados em qualquer vacina, como dor, vermelhidão e inchaço no local da aplicação, coceira, náuseas, vômitos e dor de cabeça. Ela não influencia em absolutamente nada o início da vida sexual dos adolescentes e, quando isso for acontecer, o jovem estará mais protegido, inclusive as meninas e mulheres contra o câncer de colo de útero.
Não deixe para depois, garanta a proteção da família toda na Sorocaba Vacinas e evite o câncer de colo de útero!