Desde que a pandemia de Covid-19 começou, um dos assuntos que passaram a ser discutidos foi algo que antes era de domínio quase que exclusivo dos cientistas: a imunidade de rebanho, que é a diminuição na quantidade de casos porque a maioria da população já está imune ao vírus.
Vários governos, no Brasil e mundo afora, levantaram a possibilidade de que isso fosse feito por meio da doença, ou seja: a ideia era deixar as pessoas se infectarem, sem nenhum controle, para frear a pandemia quando mais da metade da população já tivesse ficado doente.
A imunidade de rebanho é uma espécie de barreira: com a maior parte dos moradores de uma região imune, o vírus não encontra quem infectar e acaba desaparecendo ou tem a circulação drasticamente reduzida. Não é preciso que toda a população deixe de ser vulnerável a um patógeno para alcançar a imunidade de rebanho – 60% já seriam suficientes, segundo os especialistas, mas é claro que quanto mais, melhor!
Estudos sobre esse assunto foram feitos em Manaus , onde a maioria da população foi infectada pelo coronavírus quando a vacinação em massa ainda não é uma realidade no Brasil e, depois de uma explosão de infecções e mortes, a quantidade de casos sofreu uma brusca redução.
Mas dá pra deixar ter imunidade com a doença?
NÃO! Existe um grande problema ético e humanitário na imunidade de rebanho por meio da doença: muitas pessoas morrem. A letalidade da Covid fica entre 2,5% e 5%, a depender da população e da região. Como são muitos casos, o número de vítimas é muito grande. Ou seja, a imunidade de rebanho por meio das DOENÇAS custa muitas VIDAS.
Como mostra esse estudo publicado pela American Association for the Advancement of Science, feito com moradores de Manaus, a quantidade de anticorpos contra o coronavírus começa a cair pouco tempo após a recuperação da Covid-19. Além dos anticorpos, o organismo tem outras formas de resposta contra um vírus, algumas que nem são medidas em exames, mas o fato é que não se sabe ao certo o quanto dura a imunidade após a infecção.
Ou seja: sem nenhum controle, pode-se atingir uma imunidade de rebanho pela doença que custa milhares de vidas em uma localidade para poucos meses depois os números começarem a subir de novo, por causa das reinfecções. Muito tem se estudado, mas não há respostas definitivas sobre o tempo de imunidade após contrair o coronavírus, e casos de reinfecção têm aparecido com frequência.
Deixar o vírus correr sem nenhuma contenção traz ainda outro agravante: o surgimento de novas variantes, que podem ser mais transmissíveis e mais letais, provocando novos e devastadores surtos, inclusive envolvendo pessoas já infectadas anteriormente, por estarem suscetíveis novamente.
Pense na gripe: quantas vezes na vida você já pegou? Várias, não é? E uma das explicações para isso é que existem diversas variantes dela, por isso as vacinas são tri ou quadrivalentes, para proteger das cepas mais comuns.
Qual é a solução, então?
A melhor forma de conseguir imunidade de rebanho é por meio da VACINA. Foi assim que o mundo conseguiu vencer doenças gravíssimas como a varíola, que causou milhões de mortes e a poliomielite.
A varíola foi completamente erradicada a nível mundial (tanto que a vacina nem faz mais parte do calendário) e a poliomielite ainda circula, mas em índices muito reduzidos e endêmicos, ou seja, em locais específicos – a tendência é de erradicação com a ampliação da vacinação. No Brasil, por exemplo, já não há mais casos, mas para manutenção dessa conquista a imunização é essencial.
A vacinação confere uma imunidade mais duradoura do que a doença e pode ser refeita, caso seja necessário, se por acaso a comunidade científica perceber que isso é preciso, que depois de algum tempo a proteção da vacina perde força. Fato é que os impactos da vacinação em massa, ainda que uma minoria da população já tenha sido imunizada, já começaram a ser sentidos no Brasil.
Ainda não se sabe quanto tempo a proteção conferida pelas vacinas contra a Covid-19 dura – se será necessário tomá-la todo ano, como o imunizante contra a gripe, ou se apenas um esquema vacinal de uma ou duas doses (dependendo do fabricante) será suficiente.
Análises preliminares apontam que as vacinas em utilização protegem contra as variantes em circulação, mas como a imunidade de rebanho mundial está longe de ser alcançada novas mutações podem aparecer.
São questões que devem ser analisadas e respondidas por estudos científicos, mas a certeza é que diante das perdas de vidas e dos impactos econômicos de uma doença, demonstrados pelo Fundo Monetário Internacional, a escolha pela vacina é clara.
E é muito mais fácil adaptar uma dose para proteger contra uma determinada variante do que adaptar sistemas de saúde inteiros para uma nova onda da doença, isso sem falar nas questões humanas, do efeito devastador que a Covid tem nas famílias que perdem alguém que foi infectado.
É só com a Covid?
Não! A imunidade de rebanho para todas as doenças por meio da VACINA é muito importante.
Vamos supor: na sua família, todo mundo está vacinado contra a febre amarela, menos um familiar que é transplantado, então não pode receber a dose porque tem uma deficiência no sistema imunológico. Como os outros parentes estão imunizados, não tem como o vírus circular até chegar a essa pessoa que está desprotegida. Ou seja, a vacina protege até quem, por alguma rara exceção, não pode recebê-la.
Por isso, é muito importante que o maior número de pessoas possível esteja vacinado!
E não só contra Covid, mas contra outras doenças em que a imunidade de rebanho é importante, como gripe, sarampo, poliomielite, tuberculose, meningite, dentre muitas outras!
Tem alguma dúvida? Venha conversar com alguém da Sorocaba Vacinas sobre os imunizantes essenciais para proteger você e sua família!